Wednesday, March 28, 2007

SVITZER WIJSMULLER CRITICA BUROCRACIA PORTUGUESA

Em declarações recentes à agência noticiosa LUSA, o Sr. Lex van der Schaaf, director da Svitzer Wijsmuller em Portugal, afirmou que a burocracia portuguesa impede a dinamização do sector portuário:
Se Portugal "não fosse tão burocrático, conseguiria cativar mais navios para o registo sob bandeira portuguesa e dinamizaria mais o sector e todos os serviços envolventes afins", criticando especialmente o IPTM - Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos e a legislação vigente que considera antiquada e pouco adaptada à presente situação económica e avanços tecnológicos. "Lamentamos que Portugal, durante séculos uma potência marítima, esteja num impasse que atrofia todo o sector, desde o ensino até ao expediente comercial e movimento portuário".
Estas fragilidades do sector marítimo português não impediram a Svitzer Wijmuller, uma multinacional controlada pela Maersk, de comprar a empresa Lisbon Tugs e frota respectiva, há um ano, estabelecendo-se em Lisboa e transferindo para o Tejo 2 rebocadores holandeses já com cerca de 20 anos de actividade.
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4 comments:

Raquel Sabino Pereira said...

Que vergonha... Alguém que transmita isto a quem de direito. Por exemplo, no Forum que será criado para o efeito, nos termos da recém publicada resolução do conselho de ministros n.º 40/2007, de 12 de Março, e que, entre outras medidas, determinou:

a) A criação, na dependência do Ministro da Defesa Nacional, da Comissão Interministerial para os Assuntos do Mar (CIAM), composta, a título permanente, pelos Ministros de Estado e da Administração Interna, de Estado e dos Negócios Estrangeiros, da Presidência, do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, da Economia e da Inovação, da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, da Educação, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e da Cultura, ou seus representantes, e por representantes dos Governos Regionais das Regiões Autónomas
da Madeira e dos Açores (ufa!); e

b) A criação do Fórum Permanente para os Assuntos do Mar, aberto a toda a sociedade civil, e a promoção, nesse âmbito, do estabelecimento de um grupo de reflexão e acompanhamento para os assuntos do mar, onde participem
personalidades de reconhecido mérito, organizações não governamentais e entidades privadas.

LUIS MIGUEL CORREIA said...

A burocracia é uma constante antiga do nosso País, e também da União Europeia. Mas as coisas já melhoraram muio, pois há alguns anos atrás seria muito difícil a uma multinacional dominar a actividade de reboques no Tejo. Legalmente o Estado atribuia à Administração do Porto de Lisboa esse paqpel. Os rebocadores da APL tinham primazia na prestação de serviços sempre que os cais fossem explorados pela APL, sendo autorizado um segundo rebocador privado.
As coisas têm evoluído muito. No caso dos rebocadores, em Lisboa, a liberalização coincidiu com uma diminuição de qualidade dos rebocadores disponíveis. Enquanto a APL tinha sempre unidades novas, construídas quase todas em Portugal, hoje a frota é composta por rebocadores muito antigos, um deles construído em 1922. Os mais modernos, têm mais de 20 anos e foram agora transferidos pela Svitzer...

Rafael Silva said...

Sem comentários, depois da minha experiencia para colocar a bordo um Oficial de 2ª classe em substituição de um Marinheiro do tráfego local que, até um parecer de 2 cindicatos da Marinha Mercante seria necessário... é uma vergonha.
É um povo que vive do passado e não tem futuro!

LUIS MIGUEL CORREIA said...

A burocracia é um problema muito grave, a par da carga fiscal penalizadora de quem se esforça por criar riqueza. Mas pior é a mentalidade subjacente a estes fenómenos de exercício gratuito de poderes tão majestáticos quanto inúteis. Cada um agarra as suas capelinhas e ai dos desprotegidos...