O navio-butaneiro GALP LISBOA está a sofrer uma reparação e docagem nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo desde o dia 1 de Março. O navio tem saída prevista de Viana a 2 de Abril.
O nosso Amigo Malheiro do Vale publicou no seu PILOT BOAT uma bela reportagem do navio a sair da doca seca. Vale a pena ir lá ver.
Único butaneiro português, o GALP LISBOA foi construído em Espanha em 1984 e comprado ao estaleiro pela Sacor Maritima, numa altura em que esta empresa renovava a frota depois de um período de manifesta indecisão relativamente a investimentos em navios. Infelizmente este quadro repete-se agora, com a frota actual reduzida a dois navios na fase final das suas vidas úteis e as restantes unidades abatidas entretanto.
Associada da Petrogal, a Sacor Marítima tem cargas próprias, não será por falta de recursos, com os lucros desmesurados da indústria petrolífera, que não investe em unidades novas que permitam autonomia no transporte marítimo de produtos petrolíferos (e porque não também, de ramas, apesar da má experiência com o defunto GALP FUNCHAL). À falta de navios próprios afreta cada vez mais unidades estrangeiras.
Um quadro triste visto numa perspectiva de política do MAR, de que tanto se fala actualmente em Portugal. E a alegada falta de competitividade dos navios portugueses não é desculpa. A competitividade não se cria por decreto. Cabe em muito às empresas criar o dinamismo que gera a competitividade. Pode registar os navios em terceiras bandeiras ou permanecer na Madeira. Qualquer dia não há gente especializada neste tipo de navios, e voltamos à situação dramática de inexistência de navios petroleiros em Portugal que se verificou durante a Segunda Guerra Mundial e tão grandes sacrifícios provocou. De facto somos um País de Marinheiros Cegos. Os Marinheiros não têm a culpa...
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