Obrigado, João pela sua colaboração e por partilhar memórias tão interessantes... L.M.C.
"Angra do Heroísmo"... Conheci-o ainda como "Israel" ( e ao irmão "Zion", depois "Amélia de Mello" ) quando escalava P.Delgada, em viagem da América para Telavive, com emigrantes.
Mais tarde, em Julho de 66, fiz a 1ª viagem de Lisboa para os Açores do "Angra" - e, ainda acostado no cais da Rocha, ouvi pela 1ª vez, através da amplificação de bordo, o "Strangers in the night", do Sinatra.
Dos paquetes da Insulana que conheci, o "A. do Heroísmo" foi o meu preferido - o "Lima", velha reliquia, era encantador, paineis de madeira no interior, cadeiras de palhinha, escadas com corrimão de madeira, jardim de inverno à moda antiga, mas muito lento...
Era bom para o mar, tinha um bom balanço longitudinal, e até se dizia que, dada a provecta idade do casco, tinha o fundo, no interior, reforçado com cimento.-.
O "Carvalho Araújo", mais novo, era um bocado "rolha" (redondo de casco, rolava um bocado), e era um pouco mais rápido do que o "Lima"...
À época, vigorava a separação dos passageiros, por classes: os da 3ª, com camarotes colectivos por debaixo dos guinchos dos paus de carga, quase à ré, podiam ir às instalações da 2ª, na popa, mas era-lhes vedado o acesso às da 1ª; para as refeições, havia que percorrer o navio, pelo interior, até à proa, onde ficava a messe da 3ª, passando pela zona de acesso à casa da máquina e apanhando assim com os odores do "mazute", em jeito de aperitivo para a "sopa Primavera" e o guisado de carne da praxe.
Os mais entendidos percebiam que ia surgir mau tempo quando viam passar os marinheiros com latas de óleo às costas, rumo à casa da máquina do leme, à popa... era importante que o mecanismo estivesse bem lubrificado, para melhor resposta às ordens da ponte...
Tanto o "Lima" como o "C. Araújo" "fumavam" muito, e quem não olhasse para a direcção do vento, candidatava-se a um banho de fuligem de primeira qualidade...
Com bom tempo, o ambiente a bordo era agradável; as freirinhas do costume - muito viajavam as santinhas! - cantando "O mar enrola na areia", o camaroteiro tocando o pequeno xilofone que chamava para as refeições, os estudantes derriçando entre si, caixeiros-viajantes comparando negócios, ciganos avaliando hipóteses de venda de uns cortes de excelente fazenda para fatos, por vezes uma companhia de circo, ou uma "troupe" de carrinhos de choque em viagem até aos Açores - a par de militares em comissão, funcionários do Estado colocados nas ilhas, ou simplesmente familias em viagem de férias - sempre anunciadas nos jornais da terra - "no paquete "C. Araújo" segue hoje para Lisboa, em viagem de férias, o sr. fulano de tal, distinto professor do Liceu Nacional de P. Delgada, acompanhado pela sua mulher e filhos, etc.."
Saía-se de S. Miguel, por volta das 22H, navegava-se o dia seguinte, mais uma noite e, pela manhâzinha, lá estava a Madeira...
Acabado de "baldear" o navio, os mais madrugadores já estavam na amurada, a costa a deslizar, os peixes-voadores a mostrar as suas habilidades, uma ou outra embarcação de pesca na faina e, pouco depois, o porto do Funchal, com o seu anfiteatro de sonho...
Passava-se o dia na Madeira, à noitinha partia-se para Porto Santo, escala breve para deixar veraneantes e alguma carga, e seguia-se para Lisboa, noite, dia, mais uma noite e viva o Tejo, que chegámos à capital...
Mais tarde, veio o "Funchal", coisa bonita e elegante, sofisticado, rápido que nem uma gazela (batia-se em velocidade com os "pipis" da Colonial e da Nacional no percurso Lisboa/Madeira) enquanto durou a turbina, mas muito "bailarino" - no Inverno, com um bocado de mar, era um tormento...
Finalmente, o "Angra", sólido, ainda capaz de 16/17 nós, espaçoso, bom de balanço, já não havia separação de classes, toda a gente se espalhava pelo navio, frequentava os bares e a pista de dança ( como era giro ensaiar uns "passes", agarrado à dama e tendo que contar com o movimento do navio...) enfim, já sentíamos - nós, açoreanos que não conhecíamos os "Santa Maria", "Vera Cruz", "Infante Dom Henrique" e outros - que, com o "Funchal" e o "Angra", tínhamos navios que se podiam mostrar... e que não nos envergonhavam..
Infelizmente, acabou cedo... e obrigaram-nos, aos ilhéus dos Açores, a mudar para os aviões.
Saudações marinheiras (João Coelho)
Texto de João Coelho com introdução e imagens de Luís Miguel Correia. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia
Mais tarde, em Julho de 66, fiz a 1ª viagem de Lisboa para os Açores do "Angra" - e, ainda acostado no cais da Rocha, ouvi pela 1ª vez, através da amplificação de bordo, o "Strangers in the night", do Sinatra.
Dos paquetes da Insulana que conheci, o "A. do Heroísmo" foi o meu preferido - o "Lima", velha reliquia, era encantador, paineis de madeira no interior, cadeiras de palhinha, escadas com corrimão de madeira, jardim de inverno à moda antiga, mas muito lento...
Era bom para o mar, tinha um bom balanço longitudinal, e até se dizia que, dada a provecta idade do casco, tinha o fundo, no interior, reforçado com cimento.-.
O "Carvalho Araújo", mais novo, era um bocado "rolha" (redondo de casco, rolava um bocado), e era um pouco mais rápido do que o "Lima"...
À época, vigorava a separação dos passageiros, por classes: os da 3ª, com camarotes colectivos por debaixo dos guinchos dos paus de carga, quase à ré, podiam ir às instalações da 2ª, na popa, mas era-lhes vedado o acesso às da 1ª; para as refeições, havia que percorrer o navio, pelo interior, até à proa, onde ficava a messe da 3ª, passando pela zona de acesso à casa da máquina e apanhando assim com os odores do "mazute", em jeito de aperitivo para a "sopa Primavera" e o guisado de carne da praxe.
Os mais entendidos percebiam que ia surgir mau tempo quando viam passar os marinheiros com latas de óleo às costas, rumo à casa da máquina do leme, à popa... era importante que o mecanismo estivesse bem lubrificado, para melhor resposta às ordens da ponte...
Tanto o "Lima" como o "C. Araújo" "fumavam" muito, e quem não olhasse para a direcção do vento, candidatava-se a um banho de fuligem de primeira qualidade...
Com bom tempo, o ambiente a bordo era agradável; as freirinhas do costume - muito viajavam as santinhas! - cantando "O mar enrola na areia", o camaroteiro tocando o pequeno xilofone que chamava para as refeições, os estudantes derriçando entre si, caixeiros-viajantes comparando negócios, ciganos avaliando hipóteses de venda de uns cortes de excelente fazenda para fatos, por vezes uma companhia de circo, ou uma "troupe" de carrinhos de choque em viagem até aos Açores - a par de militares em comissão, funcionários do Estado colocados nas ilhas, ou simplesmente familias em viagem de férias - sempre anunciadas nos jornais da terra - "no paquete "C. Araújo" segue hoje para Lisboa, em viagem de férias, o sr. fulano de tal, distinto professor do Liceu Nacional de P. Delgada, acompanhado pela sua mulher e filhos, etc.."
Saía-se de S. Miguel, por volta das 22H, navegava-se o dia seguinte, mais uma noite e, pela manhâzinha, lá estava a Madeira...
Acabado de "baldear" o navio, os mais madrugadores já estavam na amurada, a costa a deslizar, os peixes-voadores a mostrar as suas habilidades, uma ou outra embarcação de pesca na faina e, pouco depois, o porto do Funchal, com o seu anfiteatro de sonho...
Passava-se o dia na Madeira, à noitinha partia-se para Porto Santo, escala breve para deixar veraneantes e alguma carga, e seguia-se para Lisboa, noite, dia, mais uma noite e viva o Tejo, que chegámos à capital...
Mais tarde, veio o "Funchal", coisa bonita e elegante, sofisticado, rápido que nem uma gazela (batia-se em velocidade com os "pipis" da Colonial e da Nacional no percurso Lisboa/Madeira) enquanto durou a turbina, mas muito "bailarino" - no Inverno, com um bocado de mar, era um tormento...
Finalmente, o "Angra", sólido, ainda capaz de 16/17 nós, espaçoso, bom de balanço, já não havia separação de classes, toda a gente se espalhava pelo navio, frequentava os bares e a pista de dança ( como era giro ensaiar uns "passes", agarrado à dama e tendo que contar com o movimento do navio...) enfim, já sentíamos - nós, açoreanos que não conhecíamos os "Santa Maria", "Vera Cruz", "Infante Dom Henrique" e outros - que, com o "Funchal" e o "Angra", tínhamos navios que se podiam mostrar... e que não nos envergonhavam..
Infelizmente, acabou cedo... e obrigaram-nos, aos ilhéus dos Açores, a mudar para os aviões.
Saudações marinheiras (João Coelho)
Texto de João Coelho com introdução e imagens de Luís Miguel Correia. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia
12 comments:
mais um grande momento bem Acoreano aqui neste Blog.Um magnifico texto bem acompanhado de belas fotografias,principalmente aquela do " meu" ANGRA,do CARVALHO e do elegante GRIPSHOLM neste lindo porto de P.Delgada,fazem as delicias de qualquer apreciador de Navios e Mar.Bem hajam meus amigos!!!
Obrigado pela inserção, LMC. Um abraço ao Paulo Renato, que se vê que também gosta destas coisas..
As fotos aqui colocadas são autênticos "tiros na alma"; na primeira está o "Israel" e, na ponta da doca - se não erro - um "matacão" americano, em lastro, que veio a P.Delgada desembarcar um tripulante morto; a aflição era tanta que entrou no porto sem piloto e foi,direitinho,encalhar junto à Avenida Marginal, quase em frente à Praça da Matriz. Como estava vazio, foi relativamente fácil tirá-lo dali, mas depois passou algum tempo acostado, para vistoria ao casco.
Na mesma foto, está, em 1ºplano, uma lancha das "amarrações", a primeira dispondo de cabine, para protecção do pessoal em dias de mau tempo.
Depois, vê-se um escoltador-rápido da marinha francesa, que construiu 18 desta classe, a partir de meados dos anos 50. Como se calcula, em S.Miguel estavamos habituados à passagem de navios de guerra: americanos, ingleses, canadianos, alemães,italianos,gregos, turcos,suecos, mexicanos e até da República Dominicana; toda a marinhagem destes navios, desembarcada,fazia o habitual: bebiam uns copos, procuravam as meninas da Rua do Beco e regressavam a bordo, em pior ou melhor estado..Mas os franceses..eram do piorio! Fazendo parte de um grupo - o Grupo Naval de Ensaios de Misseis, que integrava o navio-chefe, o "Henri Poincaré" (ex-navio-tanque italiano, convertido em navio de telemetria, cheio de antenas ) e três escoltadores, o "Le Savoyard", o "Le Basque" e o "Le Breton", tinham como missão acompanhar, em conjunto com a Estação francesa da ilha das Flores, a trajectória dos misseis disparados, na altura, da zona de Landes, na Bretanha. Ou seja, iam para os Açores por períodos prolongados de tempo, enfrentando temporais (há uma foto do "Poincaré", que tinha 22.000 tons, a debater-se com ondas de 18 metros, em 1977..)e depois,"descansavam" em P.Delgada. E aqui começavam os nossos "trabalhos"..Uma data de miúdos,loiros,rosaditos, imberbes mesmo, punham os pés em terra e desatinavam completamente; entravam na Cervejaria Melo Abreu, punham a clientela na rua, fechavam as portas..bebiam de borla, partiam meses e cadeiras..lá ia a PSP, pancadaria de criar bicho, acalmavam, passava um bocado voltava tudo ao mesmo..provocações, atitudes indecorosas em plena rua e à luz do dia, mais policia, mais escaramuças, policia de bordo, nem vê-la - e andava-se nisto enquanto não regressavam ao mar..Ainda hoje me espanto por nunca ter acontecido algo de grave, no meio de tanta desordem provocada por aqueles miúdos..
A outra foto apanha o "Angra" e o C.Araújo" juntos - não era comum cruzarem-se assim, em S.Miguel - mais o sueco, cuja tripulação feminina fazia os jovens locais sonhar com o Paraíso na Terra, de lindas que eram as moçoilas..Eram uma novidade - e que novidade! - para nós que, ao contrário dos madeirenses, nunca tínhamos posto o olho nelas..Sortes da geografia..
Belas imagens!
Saudações atlânticas
João Coelho
João Coelho,
Mais uma prosa sua a partilhar memórias como habitual sabor marinheiro. O que é que está à espera para escrever um livro? Estou aberto a colaboração...
Era raro o Carvalho encontrar-se com os outros paquetes da EIN em Ponta Delgada, embora não houvesse coordenação de itinerários entre o ANGRA e o CARVALHO ARAÚJO. Esta foto é de Janeiro, e normalmente havia encontros de paquetes da Insulana num mesmo porto dos Açores em situações de mau tempo. Tenho umas do LIMA com o CARVALHO ambos na baía de Angra...
Um abraço do Luís Miguel Correia
Um abraco para si tambem Amigo Joao Coelho,e deixe-me dizer que ate me arrepiei com o seu comentario sobre os francesos em P.Delgada de tao verdadeiro pois lembra-me que o meu Pai que trabalhava num cafe na baixa de P.Delgada o Cafe Mascote dizia sempre "os francesos estao ca nada de sair ah noite porque vai haver porrada",isso para nao falar das flotilhas da NATO e tambem dos nossos Portugueses que tambem nao ficavam muito longe dos francesos. E as suecas eram realmente muita das boas,muito brancas e loiras com aqueles vestidos "diferentes"o que para os miudos naquele tempo eram um espetaculo.Olhe siga o conselho do Sr.Luis escreva um livro.
Sobre um livro falamos um destes dias..E por falar em livros e como resultado de mais uma arrumação caseira dos ditos cujos,fui dar com "A odisseia de um jeep através do Atlântico", de Ben Carlins que, acompanhado pela mulher Elinore, saíu em 19 de Julho de 1950 - há 58 anos - de Halifax, na Nova Escócia, Canadá, para fazer a volta ao mundo num "jeep anfibio" (excedentário da 2ªGuerra) a que chamou "Half-Safe". 32 dias depois chegaram às Flores, escalando depois o Faial e S.Miguel (ainda recordo o jeep a subir a rampa do hangar da Aviação Naval, em P.Delgada). Seguiram depois para a Madeira, Canárias e Cabo Juby, subindo depois, por terra, até Gibraltar, de onde passaram para Espanha e Lisboa.
O aventureiro B.Carlin, que não tinha nenhuma experiência de mar,completou a volta ao mundo em 12 de Maio de 1958, data em que chegou a Montreal com o "Half-Safe". Tinha percorrido,primeiro com a mulher e depois com outros companheiros, 17.780 kms por mar e 62.744 por terra.
O livro dele, que citei no inicio, está esgotado, mas às vezes aparece nos alfarrabistas.
Há gente de barba rija..
Saudações marinheiras
J.Coel
Obrigado por este excelente relato!
Sou novo demais para ter navegado em alguns destes Navios, mas lembro-me do que o meu Pai e Avó contavam!
:-)
Com permissão de LMC, fica aqui, para o P.Renato, uma pequena historieta ocorrida em P.Delgada, durante a 2ª Guerra Mundial, que, (pelos contornos da noticia ) terá tido lugar no café Mascote, onde trabalhou o pai de PR.
Com efeito,a 13 de Maio de 1941, diz o "Diário dos Açores", um tripulante de um barco estrangeiro surto em P.Delgada, vem a terra, ao café (o Mascote) e traz com ele..um macaco!. Prossegue o jornal: " embebedam-se os dois com conhaque e whisky..num espectáculo reprovável..A quem de direito se pede que reprima o caso.."
Ou seja, não chegavam as bebedeiras da marinhagem..emborrachavam-se também os animais!..
Saudações atlânticas
João Coelho
E se o Sr. Luis me permite,gostaria de agradecer ao JC a historia que sinceramente nao conhecia,as que eu conheco eram mais sobre os tais marinheiros de popom vermelho,na cervejaria e que estragavam as noites no Margarida Cabral em noite de hoquei,mas pelos vistos o Mascote era famoso pelas "cadelas" que la se bebiam.Ja agora gostaria de perguntar de o Sr.Luis tem alguma foto do HENRI POINCARE,gostava muito deste navio,nao por ser bonito e muito menos pela tripulacao,mas porque embarcava um helic.que quando atracava a P.Delgada as vezes davam umas voltas pela ilha e que para mim era algo que nao se via muitas vezes nos ceus da minha terra naquele tempo.
saudo-vos com tres longos... e um curto.
Se o Paulo quiser ver fotos do "Henri Poincaré" - entre as quais a tal da tempestade com vagas de 18 metros e outra no Tejo - vá ao sitio "Net-Marine", sitio não oficial da Marinha de Guerra francesa e, na pesquisa, coloque "Bem - Henri Poincaré"..
Vai um "curto", de despedida.
Saudações marinheiras
J.Coelho
Obrigado J.Coelho jah vi as fotos.
Sr.Luis desculpe o uso e abuso aqui deste seu blog.mas em jeito de desabafo deixe me dizer-lhe que nao tenho nem nunca tive ninguem que fala-se comigo sobre aquilo que mais gosto NAVIOS,coisa que vim encontrar aqui neste site por isso as vezes a conversa estende-se mais um pouco,mas com pessoas, e sem menosprezar ninguem, como o sr. e o J.Coelho eh dificil resistir a meter conversa,ao ler historias que sao de mexer com o "bichinho"
Obrigado e Cumprimentos
Caro Paulo Renato,
Fico muito agradado que se sinta bem ao visitar o Blogue dos Navios e do Mar. Deixe sempre os comentários que achar bem e este espaço é de todos e para todos os Amigos que gostam de navios e apreciam partilhar os seus conhecimentos, recordações, etc...
Disponha sempre, o Blogue é seu...
LMC
Caro Paulo Renato,
Fico muito agradado que se sinta bem ao visitar o Blogue dos Navios e do Mar. Deixe sempre os comentários que achar bem e este espaço é de todos e para todos os Amigos que gostam de navios e apreciam partilhar os seus conhecimentos, recordações, etc...
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LMC
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