Sunday, August 26, 2012

INTERESSE NACIONAL EM "Lay up"

Continua o folhetim triste associado aos navios de passageiros das carreiras inter-ilhas nos Açores, tendo como protagonistas as empresas estatais Atlântico Line e Estaleiros Navais de Viana do Castelo, os navios ATLÂNTIDA e ANTICICLONE, e os afretamentos de ferries gregos. Última notícia da Lusa sobre o assunto:
"A Atlânticoline manifestou "estranheza" pela proposta dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) relativamente ao navio ATLÂNTIDA, recordando que a "única questão" em aberto entre as duas empresas é uma dívida de 7 milhões de euros dos estaleiros nortenhos.
Numa carta enviada ao presidente dos ENVC, a que a Lusa teve acesso, a empresa açoriana que assegura o transporte marítimo de passageiros e viaturas entre as ilhas do arquipélago, recorda que já manifestou "por diversas vezes" a sua posição relativamente ao ATLÂNTIDA.
"Para a Atlânticoline, a única questão que está em aberto é o incumprimento pelos ENVC da divida vencida no valor de 7 ME, a que acrescem os juros de mora, na sequência do acordo de rescisão homologado por sentença do Tribunal Arbitral", refere o documento.
Nesta carta, a administração da Atlânticoline considera ser "do interesse de ambas as entidades, bem como do interesse público nacional, sobretudo agora que decorre o processo de reprivatização do capital social dos ENVC, evitar que o pagamento dessa dívida seja exigido por recurso aos meios judiciais".
A posição da Atlânticoline surge na sequência da proposta apresentada pelos ENVC para a cedência temporária do Atlântida aos Açores por valores inferiores aos do concurso internacional aberto para o fretamento dos dois navios que vão assegurar o transporte inter-ilhas nas operações de 2013 e 2014, com opção para 2015.
Na proposta, os ENVC invocam o "interesse público nacional" para defender a aceitação da proposta apresentada à Atlânticoline, empresa que, por várias vezes, manifestou publicamente o seu desinteresse relativamente ao navio.
O Atlântida foi encomendado pelo Governo dos Açores aos ENVC, mas acabou por ser rejeitado em meados de 2009 por não cumprir os requisitos contratuais.
O relatório dos testes de mar efectuados ao Atlântida pela empresa Germanischer Lloyd, divulgado pela Lusa em Outubro de 2011, indica que o navio apenas atingiu uma velocidade de 16,5 nós a 85 por cento da potência dos motores, quando o contrato exigia 19 nós.
O documento, denominado 'Ship Speed and Power Measuremenst on M. V. ATLÂNTIDA ', com o número NB-EE 2009.048 B, indica que o  ATLÂNTIDA atingiu uma velocidade máxima de 17,78 nós quando usava 110 por cento da potência dos seus dois motores.
O contrato entre os ENVC e o Governo dos Açores exigia uma velocidade de 19 nós a 85 por cento da potência dos motores, admitindo que o navio poderia ser aceite se atingisse uma velocidade entre 18 e 19 nós, definindo para o caso cláusulas indemnizatórias.
No final de 2009, as duas partes chegaram a um acordo, nos termos do qual os ENVC pagariam 40 ME e ficavam com o  ATLÂNTIDA e com o ANTICICLONE, também encomendado pelo Governo dos Açores, mas cuja construção ainda estava numa fase inicial.
A dívida de 7 ME reclamada pela Atlânticoline resulta deste acordo."
No estaleiro do Alfeite, um navio de passageiros novo, concebido à medida para operar nos Açores continua a sua imobilização prolongada. No final são os contribuintes do nosso belo Portugal falido e com a independência suspensa pelos credores a pagar esta e todas as outras facturas. Interesse Nacional? Em lay up no cais do Alfeite, pintado de azul e branco, rejeitado e incómodo. 
Texto da agência Lusa comentado por LMC e imagens /Text by Agência Lusa with comments by LMC and images copyright L.M.Correia. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

3 comments:

Anonymous said...

Esta é uma das várias situações que demonstram ser o governo português uma cambada de fantoches...

Paulo Farinha said...

Só venho para aqui com soluções, mais nada.
Eu acredito que este navio poderá ser utilizado para actividades turísticas, não para transporte regular de passageiros. Por exemplo na Madeira, realizando cruzeiros a um novo destino turístico português, a Reserva das ilhas Selvagens, a garagem servindo para logística de mergulho, e transportando equipamentos náuticos, tais como pranchas de wind surf, caiaques, barquinhos à vela e gaivotas de praia, etc.
Na garagem haverá espaço para instalar um ginásio e um SPA. Esta ideia é inovadora, e...uma maneira do Atlântida navegar. Além das Selvagens, poderia frequentar a Ilha do Porto Santo e as ilhas Desertas.

Anonymous said...

Amigo Anonymous...quanto a camada de fantoches,estao nos Acores no governo daquela Regiao Autonoma...