O aprestamento do NRP FIGUEIRA DA FOZ, o segundo patrulha NPO para a Marinha Portuguesa, por concluir nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) há largos anos, foi retomado esta semana e envolve ainda cerca de dez meses de trabalho se agora tudo correr bem.
A informação foi avançada hoje à agência Lusa por fonte do ministério da Defesa Nacional, acrescentando que nesta altura já decorrem trabalhos de decapagem do casco do navio. "Os trabalhos foram retomados esta semana e deverão estar concluídos dentro de cerca de dez meses", disse a fonte do ministério liderado por José Pedro Aguiar-Branco.
O NRP FIGUEIRA DA FOZ, o segundo navio da classe VIANA DO CASTELO, integra uma encomenda, feita em 2004 pelo Ministério da Defesa aos estaleiros daquela cidade, de oito Navios de Patrulha Oceânica (NPO), cada um com um custo inicial estimado de 50 milhões de euros, para substituir as dez corvetas, com 40 anos de serviço, das quais restam seis.
A encomenda foi, entretanto, revogada em Conselho de Ministros e a resolução publicada em Setembro último em Diário da República, anulando a encomenda dos restantes 6 NPO e 5 Lanchas de Fiscalização Costeira (LFC), negócio avaliado em 400 milhões de euros, com vista ao reequipamento da Marinha.
Fonte governamental explicou à agência Lusa que esta revogação "pretende salvaguardar o interesse do Estado" no processo de reprivatização dos ENVC, tendo em conta tratar-se de um compromisso que implicaria pagamentos na ordem dos 57 milhões de euros em 2013 e 38 milhões de euros no ano seguinte. Além disso, o projecto destes navios "permanecerá na propriedade do Estado", explicou a mesma fonte, numa altura em que o Governo admite concluir o processo de reprivatização dos ENVC até final do ano.
Com esta revogação será apenas concluída a construção do segundo patrulha, o NRP FIGUEIRA DA FOZ e do primeiro, o NRP Viana do Castelo, já entregue à Marinha mas ainda em período de garantia.
O primeiro 'patrulha', NRP VIANA DO CASTELO, foi entregue em Abril de 2011 e já soma 1.500 horas de serviço, enquanto o segundo deveria ter chegado em Setembro do mesmo ano. Este ano deveria ter sido entregue o oitavo navio da série. A construção esteve parada até agora por falta de recursos financeiros dos estaleiros para adquirir material, com fontes da empresa a garantirem que são necessários entre seis a oito milhões de euros para a sua conclusão.
Estes 'patrulhas', com desenho próprio dos ENVC, têm 83 metros de comprimento, capacidade para receber até 67 pessoas e uma tripulação de 38 elementos, além de poderem transportar um helicóptero Lynx. Concebidos como navios militares não combatentes, podem ser utilizados para fiscalização, protecção e controlo das actividades económicas, científicas e culturais ligadas ao mar.
A Marinha portuguesa opera actualmente com seis corvetas, das classes BAPTISTA DE ANDRADE e JOÃO COUTINHO, com cerca de 40 anos de operação, mas duas destas estão nesta altura inoperacionais. Texto original da Lusa adaptado pelo BNM.
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1 comment:
8 anos para construir navios deste tipo, somos o alvo da risota mundial.
Ricardo Matias
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