A Estação Marítima de Alcântara é uma das mais importantes referências arquitectónicas das que integram o vasto património do Porto de Lisboa. É actualmente a mais antiga das três gares marítimas em serviço de apoio aos navios de cruzeiros que frequentam Lisboa.
O projecto deste edifício é do arquitecto Porfírio Pardal Monteiro, igualmente responsável pela concepção e arquitectura da Estação Marítima da Rocha, e foram ambos desenvolvidos na década de 1930, tendo a localização destas estações marítimas provocado enorme polémica na altura, de que resultou um atraso significativo na construção dos edifícios apesar de ser considerada urgente a sua concretização. Muitos defendiam a localização da Gare Marítima de Lisboa junto ao Terreiro do Paço, no local da actual estação dos barcos do Barreiro, ou no espaço fronteiro ao Arsenal de Marinha, entre o Terreiro do Paço e o Cais do Sodré, integrando a parte final das obras do Porto de Lisboa, com a Doca de Santos, que nunca chegaram a ser construídas, apesar de esta obra ainda ter sido considerada na década de 1960, ao abrigo do II Plano de Fomento, com um investimento de cerca de 180 mil contos. Era muito dinheiro na altura e o lapinhos vermelho de S. Bento acabou por riscar este devaneio portuário. Foi igualmente António Salazar quem acabou por ordenar a construção da E. M. de Alcântara, em 1938, com a recomendação expressa de que deveria estar concluída em 1940 para a EXPO de Belém (Mundo Português), embora as obras só tenham sido terminadas em 1943.
Tanto a E. M. de Alcântara como a da Rocha foram muito utilizadas desde a década de 1940 e ainda se mantêm activas, apesar de a maior parte dos navios de passageiros hoje atracarem em Santa Apolónia - Jardim do Tabaco.
Entretanto, com a construção do cais avançado de Alcântara e todas as obras que têm sido feitas no local, a Estação Marítima de Alcântara está cada vez mais distante do rio: as duas imagens a cores foram registadas a 12 de Outubro de 2012 e mostram o efeito da presença dos contentores no cais a esconder a Gare, contrastando com a imagem a preto e branco, tirada de bordo do antigo paquete PRÍNCIPE PERFEITO na década de 1960 por um tripulante, o então electricista João de Freitas Gonçalves.
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