"A lição da guerra e a política solidamente seguida pela Junta (Nacional da Marinha Mercante) criaram o ambiente propício à renovação da nossa frota mercante, renovação em escala sem paralelo nos últimos dois séculos da nossa história. Essa espectacular renovação, espectacular para nós, evidentemente, além das inúmeras vantagens já colhidas, permitiu a deslocação rápida de avultados contingentes militares e de material de guerra para Angola, Guiné e Moçambique, praticamente impossível noutras condições. E este é, seguramente, o melhor serviço de que a Marinha Mercante se pode orgulhar e é, ao mesmo tempo, a consagração imprevista de uma política tenazmente seguida.
Oxalá não sejam esquecidas, no futuro, as lições destes últimos vinte e cinco anos (de 1939 a 1964) e se não caia, mais uma vez, na miséria marítima em que a Segunda Guerra Mundial nos surpreendeu. Seria lamentável, depois de tão grande e continuado esforço, regressar à vil tristeza do passado." - Almirante Américo Tomás in Boletim da Junta Nacional da Marinha Mercante comemorativo dos primeiros 25 anos desse organismo de coordenação económica da Segunda República
1 comment:
A Miséria Marítima referida por Tomás caracteriza a situação actual dos transportes marítimos portugueses, parecida mas mais frágil do que em Setembro de 1939. Uma situação que costumo chamar "Zero Marítimo" por analogia com o conceito de "Zero Naval" do Almirante Pereira da Silva na década de 1920.
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