Mais uma imagem da minha colecção de fotografias de navios, mostrando o bacalhoeiro aveirense SANTA PRINCESA junto ao estaleiro naval do Porto de Lisboa, vendo-se na doca seca nº 1 um dos paquetes da Companhia Nacional de Navegação, provavelmente o MOÇAMBIQUE de 1949. É dificil dtar a imagem mas tudo indica ser dos anos cinquenta.
Em baixo apresento uma ficha técnica e histórica deste navio, ainda incompleta, resultante dos elementos disponíveis de momento. Quem quiser acrescentar mais elementos será bem vindo.
SANTA PRINCESA (1939 - 1974)
ex-Spitzberg (1930-1939)
Navio motor de pesca por arrasto construído de aço em 1939. Nº IMO: 5312769. Nº oficial: B-231 / A-628-N; Indicativo de chamada: CSIX. Arqueação bruta: 1.188,47 toneladas; Arqueação líquida: 621,27 toneladas; Capacidade de pesca: 16.995 quintais. Comprimento ff: 69,98 m; Comprimento pp: 65,41 m; Boca: 10,60 m; Pontal: 4,90 m. Máquina: 1 motor diesel Polar-Atlas de 7 cilindros, com 875 BHP, construído na Suécia em 1930, substituído em 1949 por 1 motor diesel FIAT tipo 2SA NE50, de 6 cilindros, 1 hélice, Velocidade: 12 nós.
O SANTA PRINCESA foi construído em Falmouth, Inglaterra por Cox & Co. (Engineers) Ltd., (construção 197), para o armador La Morue Française, de Le Havre, França, sendo lançado à água a 30-03-1930 com o nome SPITZBERG e completado em 03-1930. Em 1939 sofreu um incêndio em St. Pierre, que destruiu o casario e levou à venda do navio como sucata. Comprado em 1939 pela Empresa de Pesca de Aveiro, Lda., Aveiro, Portugal, veio a reboque para Aveiro, passando a chamar-se SANTA PRINCESA. Reparado pelos Estaleiros de São Jacinto em 1939-1940. Utilizado na pesca do bacalhau, fez as duas primeiras campanhas em 1940. Foi usado provisoriamente no comércio marítimo durante a Segunda Guerra Mundial, ao abrigo do artigo 1º do Decreto-Lei nº 30.870 de 12 de Novembro de 1940, indo por duas vezes a Cabo Verde carregar sal. Foi classificado pelo Lloyd’s até 03-1962. Última campanha de pesca de bacalhau em 1967, após o que foi vendido a uma empresa sediada em Bissau, devendo a entrega ser feita em Lisboa. A venda não foi finalizada por falta de pagamento e o SANTA PRINCESA ficou imobilizado em Lisboa. Vendido para desmantelar ao sucateiro espanhol Alfonso Garcia em 04-1974 e demolido em Bilbau, Espanha.
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3 comments:
Grande fotografia como sempre. N�o conhecia, claro.
� dif�cil dizer qualquer coisa quando se "vem nas �guas" do LMC, s� acrescento:
O navio foi comprado como sucata, ap�s ter sofrido um inc�ndio que destru�u o casario em 1939, foi preciso uma autoriza�o que tardou em vir para o navio ser embandeirado em Portugal. Foi reparado nos Estaleiros Navais de S. Jacinto e quando ficou pronto j� se estava em plena guerra e j� se estava a passar mal com a "falta de barcos". No registo inicial aparece como Santa Princeza, os n�meros oficiais em foram alterados em 1945 (quando desenterrar o decreto, preciso a data). A primeira campanha foi em 1940 e nesse ano ainda fez as duas campanhas ao bacalhau. Foi remotorizado em 1949. Foi substitu�do pelo arrast�o pela popa Santa Isabel e deveria transformar em "long liner", mas a perda do Santa Mafalda na barra do Tejo em 1966 fez manter este navio no bacalhau at� 1967. Imobilizou e ainda foi ponderado passar este navio para uma empresa de pesca na Guin� hoje R�publica da Guin�-Bissau (uma hist�ria a investigar). Como se disse atr�s este navio era da Morue Fran�aise que dispunha de uma grande frota de morutiers, esta compania tinha mandado fazer 4 grandes navios em Inglaterra em 1929/30, e adquiriu mais dois, em estaleiro, quando a companhia que os tinha mandado fazer faliu, essa companhia chamava-se Bacalhau de Portugal e os navios, Corte Real e Descobridor ainda foram lan�ados com a bandeira portuguesa. Estes navios era semelhantes ao Sptizbergen mas j� tinham capacidade de congela�o. Imaginem que aquele apoio estatal que se viu depois, ter permitido que estes navios viessem para Portugal em 1931. Especulemos, come�avamos no arrasto do bacalhau 5 anos antes do que realmente aconteceu, Entr�vamos na segunda guerra mundial como uma grande frota de arrast�es que s� viemos a ter em 1949/50, sem concorr�ncia, ter�amos feito muito belas pescas e passado menos fome e com a chegada da paz olhar�amos a congela�o doutra maneira. Bem um ponto negativo, teriam sido constru�dos muito menos lugres.
Ricardo Matias
Obrigado pelas informações adicionais, Ricardo...
Tal como termina o Ricardo o seu comentário, mais arrastões e menos fome implicariam menos lugres. Com todo o respeito por quem passou "o pão que o diabo amassou", hoje temos uma imagem enorme da nossa epopeia do bacalhau com os lugres em primeiro plano e só como exemplo com mais arrastões não teríamos (digo eu) hoje um Creoula ou um Santa Maria Manuela ou livros belamente ilustrados com inúmeros veleiros.
www.caxinas-a-freguesia.blogs.sapo.pt
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