Saturday, March 14, 2009

ATLANTICOLINE RESPONDE À IMPRENSA DO GRUPO BALSEMÃO


Face à notícia publicada na edição de hoje do semanário Expresso, e divulgada, igualmente, pelo canal de televisão SIC/Notícias, a propósito do processo de construção do navio Atlântida, a Atlânticoline S.A. entende ser necessário esclarecer o seguinte:
1 – A Atlânticoline S.A. contratou com os Estaleiros Navais de Viana do Castelo a construção de um navio ferry com determinadas características. É um navio com essas características que a Atlânticoline S.A. conta receber já este ano, a tempo de participar na operação de 2009, a qual se inicia a 13 de Maio. 2 – Caso isso não aconteça, existem mecanismos previstos no contrato e na lei geral que estabelecem penalizações e indemnizações pelo não cumprimento de algum ou alguns desses requisitos. 3 - Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo estão numa situação de incumprimento quanto ao prazo de entrega do navio Atlântida, o qual era até 30 de Setembro de 2008. 4 – É factualmente falso que o navio Atlântida tenha menos meios de salvamento do que o necessário ou que estes não cumprem a legislação nacional e internacional aplicável. 5 – Não foi pedida, nem nunca seria aceite pela Atlânticoline, qualquer isenção a qualquer item sobre qualquer requisito relativo à segurança dos passageiros ou à operacionalidade do navio nos portos onde, desde o início, a sua operação está prevista. É, por isso, falso que o navio esteja isento do cumprimento de qualquer requisito legal, seja ele a Convenção SOLAS ou outra. 6 – O contrato celebrado entre a Atlânticoline S.A. e os Estaleiros Navais de Viana do Castelo sempre previu que o navio Atlântida operaria com a classificação de Short International Voyage, ou seja, no caso dos Açores, operaria dentro das 200 milhas. Esta classificação sempre esteve prevista no processo de construção e será cumprida pelo Atlântida, não sendo resultado de qualquer alteração introduzida durante a sua construção. 7 – É verdade que o Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM), no âmbito das suas tarefas de certificação, apresentou, em Fevereiro deste ano, um relatório onde constavam vários items que deveriam ser corrigidos pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo no navio Atlântida. Neste momento, as questões suscitadas no relatório do IPTM encontram-se já solucionadas ou em vias de solução. Refira-se, a bem da verdade, que, na construção de qualquer navio, este é um procedimento habitual e faz parte integrante do processo de certificação do mesmo. Não podendo existir qualquer dúvida a esse respeito, e como decorre das próprias regras que regem esta matéria, a Atlânticoline S.A. só aceitará o navio depois do mesmo estar certificado por todas as entidades que intervêm nesse processo, incluindo o IPTM na parte referente à segurança. 8 – A Atlânticoline S.A. reitera, mais uma vez, a sua total confiança no trabalho desenvolvido pelo IPTM no acompanhamento do processo de construção do navio Atlântida, salientando, igualmente, o profissionalismo e empenho do trabalho dos técnicos desse Instituto.
Texto de comunicado integral da empresa armadora do ATLÂNTIDA. Imagem dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

15 comments:

LUIS MIGUEL CORREIA said...

A notícia publicada no EXPRESSO acerca do novo paquete português ATLÂNTIDA é um mimo de peça jornalistica, assinada por Dª. Luísa Meireles, à qual não resistimos fazer a sua reprodução abaixo:

«Dizem que é uma espécie de navio...

O Governo dos Açores prepara-se para receber um navio novo para o transporte marítimo entre as ilhas que tem mais defeitos do que um navio velho.
Trata-se do ferry "Atlântida", um barco para carros e passageiros encomendado em Abril de 2006 pela empresa Atlânticoline aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).

A Atlânticoline é uma sociedade de capitais públicos, criada pelo Governo regional para gerir os transportes entre ilhas. O "Atlântida" devia ter sido entregue em Maio de 2008, mas os problemas de projecto e de execução foram tantos que o prazo de entrega já derrapou para Maio próximo. O maior deles era o da estabilidade em avaria, que se estendeu depois à própria estabilidade intacta (em condições normais). No relatório de Fevereiro do Instituto Portuário e de Transportes Marítimos (IPTM), que supervisiona a segurança dos navios e os certifica, ainda lhe eram apontadas mais de 100 reservas e observações.

O navio foi contratado por 40 milhões de euros, mas as alterações introduzidas já fizeram subir o custo para quase 50. Era este o valor total do programa que o Governo dos Açores anunciara em 2006 para dotar o arquipélago de quatro navios novos. Em construção está apenas mais um, também ferry mas mais pequeno, orçado em 10 milhões de euros.

Se, às vezes, a vida das pessoas dá um livro, a deste barco dá uma novela. Foi projectado por um gabinete russo, mas assumido pelos ENVC. Os seus erros de cálculo revelaram-se fatais: nos primeiros testes, em Agosto de 2007, verifica-se que não tinha estabilidade em avaria (acidente).

Para a corrigir, lastraram-no e reduziram a capacidade de carga do navio de 800 para 600 toneladas (menos viaturas). Foi invocada uma excepção à Convenção de Solas (segurança marítima) para ter menos baleeiras, mas com isso o navio não pode afastar-se a mais de 200 milhas de um porto. E colocaram-lhe a toda a volta um apêndice, uma espécie de "aba" (defensas) que segundo o IPTM pode desequilibrar a descida dos salva-vidas e, consequentemente, lançar os seus ocupantes ao mar. O navio ficou mais pesado e a capacidade de desenvolver velocidade menor.

Nos testes seguintes, um ano depois, o peso do navio tinha aumentado em 300 toneladas (10% do seu peso) e o centro de gravidade subira, afectando a tal estabilidade intacta. Foi tirado peso nos superiores e colocado mais lastro. O navio afundou meio metro - e criou-se um novo problema com a altura das rampas de acesso nos portos. As questões foram tantas que fonte chegada ao processo disse que até faltavam os dispositivos de fixação das cadeiras - e isto tendo decks em conta o mar agreste dos Açores! Face à reclamação de que o peso da âncora não era suficiente, foi aumentada a corrente, sem ponderar que em muitas baías do arquipélago não há espaço para tal. No meio do caminho, foi decidido abdicar do combustível Ifo, mais barato, porque não havia os necessários propulsores no mercado. Só a gasóleo, os custos vão disparar.
Esta segunda-feira, em mais uma prova de mar, o gerador falhou. Não foi por isso testada a velocidade. Uma nova prova estava marcada para ontem. Não é, pois, por acaso que o anterior presidente dos ENVC, Navarro Machado, interrogado sobre o assunto na Comissão de Defesa em Outubro passado, afirmou que a história do navio era "muito triste" e que incluía "uma série de disparates".

Quem acompanhou de perto a conturbada construção, diz que ele é "sucata" e sem valor transaccionável. Não é essa a opinião do presidente da Atlânticoline, António Raposo. Disse ao Expresso que está à espera de um navio tecnologicamente muito avançado e está disposto a cobrar as penalidades previstas até ao último cêntimo. Mantém para 13 de Maio a sua primeira viagem. Tal como está a situação, só mesmo um milagre de Fátima.
»

barconauta_ said...

Esta notícia é tão engraçada que ainda estou a rir. Esta Senhora Dona será que sabe ou percebe o que escreveu? Eh eh gostei da parte das baleeiras, ela confundiu tudo até se esqueceu que nos Açores a pesca à Baleia está proibida. Quer Afundar, é por isso que o jornalismo em Portugal não está a valer nada. Tudo o que se faz, há alguém que ao querer lucrar com isso, tenta deitar abaixo dizendo o que lhe apetece, sem sequer investigar sobre aquilo que escreve. Pergunto-lhe eu, sabe o que é o SOLAS? Sabe do que se trata e o que implicaria alterar uma norma desta convenção? Olhe custaria tanto como pedir uma licença para deixarem de escrever sobre aquilo que não percebem!

Cumprimentos e bem vindo Atlântida, produto nacional, com erros tal como muitos que por aí andam em todas as áreas, inclusivé no jornalismo de muito baixa qualidade.

Anonymous said...

BLA...BLA...BLA...,e o trabalho de alguns jornalistas,nao percebem do assunto,mas querem sempre publical qualquer coisa,para preechimento do espaco vago deixado por alguem.Melhor seria se, quando lhe viesse a ideia de publicar alguma noticia,ao menos que a mesma seja verdadeira,isto e;de algum assunto que perceba e nao como este que de navios pelo visto nada percebe...

Anonymous said...

No comunicado hoje emitido, os ENVC garantem que o IPTM, no relatório emitido em 05 de Fevereiro, "aprova um grande número de desenhos [do navio], ainda que relativamente a alguns deles tenha feito observações ou reservas, o que é um procedimento normal em qualquer processo de construção de um navio".
A empresa acrescenta que "a maior parte" das observações e reservas suscitadas pelo IPTM "já estão sanadas", designadamente através do esclarecimento efectuado pelos ENVC, por escrito e presencialmente, em reunião com aquele instituto.
Assegura ainda que a estabilidade intacta e em avaria "está assegurada de acordo com as regras aplicáveis" àquele navio e que não foi invocada qualquer excepção à Convenção SOLAS (segurança marítima).
No comunicado, os ENVC esclarecem que o navio, por contrato, é certificado como "Short International Voyage", o que significa que só pode navegar até 200 milhas de um porto de abrigo, e garantem que os meios de salvamento existentes a bordo são suficientes para mil pessoas, "o que excede o número de pessoas que é possível embarcar".
"É completamente falso que, em qualquer situação, os passageiros corram o risco de ser lançados ao mar depois de embarcados nas baleeiras", acrescenta.
Os ENVC garantem ainda que o navio vai atingir a velocidade "dentro dos limites fixados no contrato", tem condições para operar nos portos previstos no contrato e que o combustível a utilizar pelo navio é o que está previsto contratualmente desde início.

Anonymous said...

Um artigo que tem mais inverdades que uma conversa de café.

O Navio cumpre todos os requisitos de estabilidade intacta e em avaria.

O navio tem os meios de salvação regulamentares para a área de navegação que foi contratado.

O peso das Âncoras foi aprovado pela Lloyds.

Não foi a meio caminho que foi mudado o combustível de HFO para Diesel, mas no inicio.

É verdade que os ENVC confiaram demasiado no projectista Russo mas dizer que o navio é sucata é uma ofensa aos Técnicos e Trabalhadores dos ENVC.

Os ENVC já construíram mais de 200 navios (a maior parte com projecto da sua autoria) com plena satisfação dos armadores.

Fiquem os Açorianos descansados que não é preciso milagre de Fátima para acabar o navio e poderão viajar com toda a segurança.

Se a História do Expresso ficar rotulada por este artigo e por esta jornalista, teremos um Titanic da imprensa a afundar.

Um Vianense informado

Anonymous said...

Independentemente das calinadas jornalísticas (que não são maiores do que em outros assuntos, apenas estamos mais atentos porque a matéria marítima nos diz respeito) importava saber o que se passou para que se tivesse que instalar um "coferdame" a toda a volta do costado que parece aquelas bóias que as crianças levam para a praia e porque é que se retiraram diversas áreas de camarote a ré da ponte para remover peso em altura, etc., etc.

É que pior que mau jornalismo, é querer fazer passar a ideia que não se passa nada e que não há responsáveis. Se nos indignamos pela falta de investimento na Marinha Mercante também temos que exigir que quando existe esse investimento, este seja bem aplicado. Quer se queira ou não, o facto é que um navio construído com dinheiros públicos sai já cheio de "remendos" de ordem estética e estrutural, com mais calado do que era suposto e com menos capacidade de carga/passageiros.

Por alguma coisa a construção esteve semanas parada para ver como se descalçava a "bota"...

Não há responsáveis? Armador, Projectista, Sociedade Classificadora, IPTM, ENVC, Governo Regional... Ninguém se acusa?

Um visitante assíduo deste blog mas que por razões óbvias prefere manter-se anónimo.

Anonymous said...

Caro barconauta,sera que nos queira dar uma melhor explicacao do seu riso?,vc no seu commento nao nos explica o porque;sera pela palavra baleeira?pois se assim e, desde ja lhe digo que baleeira e dado o nome as barcas salvavidas na linguagem maritima e nao tem nada a ver com BALEIAS do mar dos Acores;creio quem nao percebeu nada foi vc...

Anonymous said...

Tantos ignorantes a falar de navios que de navios so sabem ver passar navios....

Anonymous said...

sera que vc e um deles?...

barconauta_ said...

E eu continuo a rir-me! Anónimos?? Epá tirem o disfarce antes de me dirigirem a palavra! Já agora anónimo, antes de me vir fazer correcções corrija primeiro os seus erros.

LUIS MIGUEL CORREIA said...

Não há responsáveis? Armador, Projectista, Sociedade Classificadora, IPTM, ENVC, Governo Regional... Ninguém se acusa?

Um visitante assíduo deste blog mas que por razões óbvias prefere manter-se anónimo.

Caro visitante assíduo,

É obvio que as alterações (remendos) efectuadas no ATLÂNTIDA se destinam a aumentar a estabilidade do mesmo muito possivelmente por insuficiencias do projecto original. Não disponho de elementos para esclarecer o assunto.

Em termos históricos, ao longo dos anos registaram-se muitos problemas de estabilidade em navios de projecto e construção portuguesa que na fase final de aprestamento tiveram de sofrer alterações para aumentar a estabilidade. Um exemplo foi a classe CACILHENSE de ferries construídos em 1980-1984, mas há muitos mais.

Paulo Farinha said...

Tomo a liberdade de colocar nesta secção de comentários, a transcrição completa que se encontra no meu Blogue.
Como comentário é longo, sendo o comentário mais extenso que efectuo em Blogues, mas, a pertinência do assunto, creio que justifica, o ferry "Atlântida" já foi muito mal concebido e sem visão de futuro pelos promotores da embarcação em especial a Atlântico Line e o Governo Regional dos Açores, e para piorar as coisas a situação económica dos ENVC presentemente não é nada famosa, com novos navios patrulha a se deteriorarem na água, "mais um bico de obra" e não é por acaso que o anterior presidente dos ENVC, Navarro Machado, interrogado sobre o assunto na Comissão de Defesa em Outubro passado, afirmou que a história do navio era "muito triste" e que incluía "uma série de disparates". ...
"Ferrys "Lobo Marinho" & "Atlântida"O ferry “Volcan de Tijarafe” tem de comprimento 154 m e é um navio com bastante estabilidade, concorrendo para tal, a tonelagem bruta de 20.000t. GT. (Gross Tonnage) e os 2 estabilizadores, quando necessário. O ferry "Lobo Marinho" tem de comprimento 112 m, desloca 8.077 Tons. GT.

O nostálgico navio "Funchal" de 1961, tem 152 m e desloca a metade da tonelagem do navio espanhol, ou sejam 10.031t. GT.
O ferry "Atlântida" em fase final de construção (atrasada) nos estaleiros de Viana do Castelo, tem de compr. 97,00m.
Novo ferry da Naviera Armas (2010) compr. 178m, efectuará viagens entre as Canárias, Madeira e Portimão.

BOCAS (larguras destes navios)
"Volcan de Tijarafe" 24,20m
"Lobo Marinho" 20,00m
"Funchal" 19,05m
"Atlântida" 18.00m
Novo ferry da Naviera Armas, 26,40m

CALADOS (cascos submersos)
"Volcan de Tijarafe" 5,70m
"Lobo Marinho" 4,50m
"Funchal" 6,33m
"Atlântida" 5.00m
Novo ferry da Naviera Armas, 6,40m

VELOCIDADES
"Volcan de Tijarafe" 24 nós
"Lobo Marinho" 21 nós
"Funchal", inicialmente 20 nós com muitas avarias, actualmente 17 nós.
"Atlântida" 18 nós (site do Armador)
Novo ferry da Naviera Armas, 25 nós

Destaco o ferry "Lobo Marinho", um navio bastante cómodo e agradável, que pode transportar carga rodada, ao contrário do ferry "Atlântida" da Atlântico Line-Açores, que além dessa limitação, só atinge a velocidade de cruzeiro de apenas 18 nós.
Na popa ao contrário do "Lobo Marinho" dispõe de uma pequena rampa lateral RO/RO.
Menciono o clássico navio "Funchal" porque é muito conhecido dos portugueses, inclusive muitos viajaram entre o Continente, Madeira, Açores e Canárias e mais recentemente, Marrocos, Espanha e Gibraltar.

Agora tirem as vossas ilações!

Anonymous said...

hey barconauta,...quem anda disfarcado e vc, porque se vc e um homen como diz,no seu blog poe a sua foto ,nao um barco...

Bruno Rodrigues said...

E quem tinha razão no meio de tanto comentário, era a jornalista que escreveu o artigo que o Luis Miguel Correia publicou como primeiro comentário... E esta hein ? Mesmo assim conseguiram vender a sucata para a Venezuela. Falta agora aproveitar o aço desperdiçado no Anticiclone...

LUIS MIGUEL CORREIA said...

No way, se de facto for fechado o negócio com a Venezuela eles levam um bom navio, novo, e por um preço razoável. Certamente melhor que o navio em final de ciclo de vida afretado aos gregos para o substituir em águas açoreanas...
Uma oportunidade perdida.