Uma bela manhã por volta de 1970, o paquete inglês ORIANA estava atracado à Gare Marítima de Alcântara, tapando completamente a vista para o Tejo para as centenas de visitantes que se aglomeravam na varanda da estação.
Por mais interessante que fosse o paquete inglês, então um dos maiores do mundo, a atenção de todo aquele povo residia na espera de um navio mais pequeno, português, que era aguardado com tropas: o paquete TIMOR, da Companhia Nacional de Navegação, que ia atracar pela prôa do ORIANA, no cais entre a Estação Marítima e o Entreposto de Alcântara Sul, uma espécie de terra de ninguém onde se podia circular e que servia de reforço ao cais de Alcântara possibilitando a atracação de um segundo paquete.
Depois de muita expectativa, uma velhinha grita entusiasmada:
- "Olhó barco!!!!"
Era tão somente o rebocador AVEIRO a sair da zona de eclipse do ORIANA.
Ainda foram necessários uns bons segundos até aparecer, na ponta do cabo de reboque do AVEIRO, o nosso TIMOR, a sair da mancha imponente do ORIANA.
Vagaroso, o nosso TIMOR lá atracou com a sua carga preciosa fardadade de verde...
Na altura tinha os meus 13 anos, era já um perito em barcologia de todas as espécies e fiquei indignado com a ignorância. Como é que se podia trocar um rebocador por um navio de passageiros e ainda por cima chamar "barco" à coisa. Hoje sei que era já o germe da Desmaritimização Nacional no seio do Povo ignoto.
- "Olhó barco!!!!"
Era tão somente o rebocador AVEIRO a sair da zona de eclipse do ORIANA.
Ainda foram necessários uns bons segundos até aparecer, na ponta do cabo de reboque do AVEIRO, o nosso TIMOR, a sair da mancha imponente do ORIANA.
Vagaroso, o nosso TIMOR lá atracou com a sua carga preciosa fardadade de verde...
Na altura tinha os meus 13 anos, era já um perito em barcologia de todas as espécies e fiquei indignado com a ignorância. Como é que se podia trocar um rebocador por um navio de passageiros e ainda por cima chamar "barco" à coisa. Hoje sei que era já o germe da Desmaritimização Nacional no seio do Povo ignoto.
Construído em Sunderland para a carreira do Oriente, o TIMOR entrou ao serviço em 1951 com o seu irmão gémeo INDIA. Ambos prestaram bons serviços, e participaram no comércio ultramarino e na defesa daqueles territórios quando as grandes potências passaram a subsidiar a agitação armada fronteiriça. O TIMOR foi vendido no final de 1974 e ainda navegou para um armador de Singapura até 1984.
Mais informação e outra imagem do TIMOR aqui.
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