Thursday, December 23, 2010

A propósito do NPO VIANA DO CASTELO

Boa notícia a da próxima entrega do primeiro patrulha oceânico NRP VIANA DO CASTELO no dia 30 de Dezembro de 2010. Como é do conhecimento público o projecto e a construção destes navios arrasta-se desde 1976 e seria interessante reflectir sobre as causas de tão longo período de tempo. Temos de ser capazes de fazer melhor.

Sobre os navios desta nova classe, recomendo a leitura do artigo respectivo no excelente blogue BARCO À VISTA.
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1 comment:

Luis Filipe Morazzo said...

Caro LMC

A minha opinião sobre este projecto está dividida em dois aspectos, o positivo:

Como se irá verificar os NPO irão substituir, sobretudo, as três classes: Cacine, Baptista Andrade e João Coutinho, navios há muito no final das suas vidas úteis, actualmente destinados sobretudo a patrulha, fiscalização e apoio a operações anfíbias. Para este tipo de missões os NPO 2000 estão mais que aptos, podendo operar com custos inferiores, menor tripulação, com muito melhor capacidade para enfrentar os rigores do Atlântico e com um habitáculo muito superior aos anteriores navios mencionados. O navio dispõe de um compartimento multiuso que pode ser configurado para embarcar além de carga diversa, servir de acomodações adicionais a uma Força de Fuzileiros (cerca de 35 homens).

Os aspectos negativos no meu entender pesam bem mais na balança:
Começando pelo incrível atraso nas entregas dos navios, seguramente recorde absoluto ou muito perto disso. O NPO-2000 é um projecto do inicio dos anos 90, e que tinha como objectivo criar navios de patrulha oceânica, que pudessem com custos reduzidos garantir a presença portuguesa no mar, quer nas águas territoriais quer na Zona Económica Exclusiva. A sua implementação foi adiada várias vezes até que teve o seu impulso final já neste século, depois do ano 2002. Os navios começaram a ser construídos em meados de 2004 e foram lançados à água em Outubro de 2005, a seguir vamos ter que esperar mais seis anos, para ver o primeiro navio a ser entregue à armada, será desta?

Outros aspectos que não abonam mesmo nada. Navios construídos a um horizonte de 40 anos de serviço, com um deslocamento bruto de 1600 Ton. e só ter como armamento principal um canhão de 40 mm, a capacidade de sobrevivência num cenário de conflito aeronaval moderno é nula. Sem mísseis anti-aéreos, sem CIWS, sem mísseis anti-navio sem um helicóptero orgânico embarcado em permanência e sem um hangar telescópico para os proteger das fortes maresias atlânticas, na minha opinião, este último será de longe o aspecto mais negativo, uma vez que a nova ZEE que armada terá que patrulhar, em termos de superfície, será somente do tamanho de um país como a Índia.

Saudações marinheiras

Luis Filipe Morazzo