Está patente ao público até ao próximo dia 27 de Maio uma exposição de fotografias antigas da colecção da Administração do Porto de Lisboa, a qual é composta por mais de 6000 originais, recentemente restaurados e digitalizados pelo fotógrafo Luís Pavão, que comissariou esta exposição.
Composta por 70 imagens a preto e branco cobrindo um período de ouro da evolução portuária de Lisboa, desde a segunda década do século XX até 1967 - data da imagem mais recente exposta, a exposição é um deslumbre, traduzindo um porto com uma dinâmica excepcional de que eu conheci a fase final de esplendor e depois a morte lenta que se lhe seguiu e toda uma série de transformações operacionais e físicas ainda em curso no âmbito da revolução que passou a caracterizar os transportes marítimos a partir da década de 1960 e que chegou tarda a Lisboa.
O conjunto de fotografias expostas leva-nos a viajar por uma outra época quando o porto era na sua maior parte aberto a toda a gente e a azáfama e os navios se multiplicavam num concerto permanente de guindastes, viaturas, cargas, gente, rebocadores, tudo isto embalado por sons e cheiros desaparecidos, desde a valsa emitida pelos guinchos de carga a vapor aos apitos dos navios e embarcações, sem esquecer os cheiros e os fumos que acrescentavam encanto a todo este movimento irrequieto. Que saudades tenho de passear no quais e aspirar o perfume da nafta dos paquetes a turbinas, eu que já não sou do tempo dos cabos reforçados a alcatrão...
A exposição está aberta ao público no Museu do Oriente, o que tem um senão: há que pagar um bilhete de ingresso de € 5,00, a não ser que os visitantes aproveitam o período de graça, ao final de tarde das sextas-feiras, das 18h00 até às 22 horas. Não percam esta iniciativa cultural da APL e do Museu do Oriente, entidades que estão de parabéns.
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1 comment:
Há uma foto exposta que diz Central Tejo, hoje Museu da Electricidade, não é o mesmo edifício, mas outro mais antigo que ainda existe ao lado do viaduto da Infante Santo, isto na 24 de Julho. Será que estou a ver bem?
Ricardo Matias
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