Sunday, March 27, 2016

O meu Cruzeiro da Páscoa de 2016

Este ano para apreciar a pausa proporcionada pela celebração de mais uma Páscoa, gostava de ter podido fazer o cruzeiro ao Mediterrâneo do paquete INFANTE DOM HENRIQUE. 
Uma oportunidade perdida pois esse cruzeiro realizou-se em Abril de 1974 e as minhas faculdades de viajante no tempo são limitadas.
Assim e de certa forma reflectindo a DESMARITIMIZAÇÃO destas últimas décadas de Portugal (para ironizar com as memórias do Almirante Américo Tomás), a alternativa mais adequada às minhas posses foi optar por um magnífico cruzeiro no navio português S. JORGE, da Transtejo e largar de Belém para a Trafaria e regresso, com escalas em Porto Brandão. Uma bela viagem a fazer sentir a brisa do Atlântico mesmo na foz do Tejo e a permitir matar saudades de navios vivos e activos com bandeira portuguesa.
O SÃO JORGE é actualmente, com o EBORENSE, um dos mais agradáveis cacilheiros ainda em serviço no Tejo, com espaços exteriores que permitem apreciar e sentir o rio e ver a cidade e o porto como de mais sítio nenhum se consegue. 
Normalmente a carreira da Trafaria é assegurada em viagens de hora a hora pelos chamados ferries, isto é os navios da Transtejo com capacidade para transportarem automóveis para além de passageiros. São estes o EBORENSE, de 1954, e os gémeos LISBONENSE e ALMADENSE, os únicos cacilheiros modernos, construídos em Aveiro por 14 milhões de Euros e que infelizmente estão avariados a maior parte do tempo, por defeitos de concepção e manutenção técnica deficiente.
O EBORENSE sofreu também recentemente uma avaria numa das máquinas e a solução foi recorrer ao S. JORGE que só transporta passageiros e bicicletas. 
Pelo seu aspecto descuidado, o futuro do S. JORGE não parece também auspicioso, pelo que se aconselha vivamente a que façam uma viagem de Belém à Trafaria, hoje, amanhã, nos próximos dias, enquanto o cacilheiro for navegando. Já esteve quase vendido ao Brasil, para operar entre o Rio de Janeiro e Niterói, mas tal acabo por não se concretizar. Já o seu gémeo MARTIM MONIZ foi vendido para o Douto em 2015. É que parece que no Tejo as coisas vão de mal a pior no que toca aos cacilheiros, que são cada vez menos, avariam e não há dinheiro para os manter e reparar, pelo menos com a celeridade e os padrões que este serviço público justifica. 
Aproveitem, embarquem no S. JORGE, é bom e barato, enquanto houver...

 E, para quem queira aprofundar a temática cacilheira actual e passada, a história da Transtejo e do navio S. JORGE, aconselho vivamente o livro DE LISBOA À OUTRA BANDA, disponível aqui.http://lmc-ein.blogspot.pt/..


























Texto e imagens /Text and images copyright L.M.Correia. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

1 comment:

marmol said...

Belo cruzeiro LMC. É o que nos resta. Aproveitemos enquanto pudermos.
Um abraço e Santa Páscoa.

Manuel Oliveira Martins