Quando se pensa em prisões em Lisboa, vêm à memória nomes como «limoeiro», «aljube» ou «penitenciária», mas há uma prisão mesmo no centro do Tejo, um dos melhores fundeadouros do Mar da Palha, esse mar interior que está quase vazio de navios e embarcações e que em 1985 testemunhou o estertor das frotas da CNN e CTM, quando da liquidação das nossas grandes empresas de navegação.
Hoje o Mar da Palha serve de local de arresto ao navio-tanque venezuelano RIO ARAUCA, que entrou em Lisboa a 24 de julho de 2017 para meter combustível, depois de ter sido reparado em Setúbal, e por cá continua, a decorar a paisagem portuária e marítima da velha Lisboa. Arrestado por dívidas, ao que diz a imprensa, por ação interposta pela APL.
Curiosamente, Portugal também deve dinheiro à Venezuela, por causa dos navios tanques asfalteiros, encomendados pela empresa petrolífera venezuelana aos extintos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, a qual recebeu pelo menos a primeira tranche de pagamento dos navios, os quais nunca foram construídos. Enfim, já se dizia da mulher de César que não chega parecer-se sério, é preciso ser-se.
Fotografia do N/T RIO ARAUCA no Tejo, na tarde de 29 de Junho de 2019, registada por Luís Miguel Correia.
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