Monday, November 24, 2025

Dois aspectos do paquete RENAISSANCE






















Logo após a compra da Holland America Line pelo grupo Carnival, foi encomendada a estaleiros italianos uma série de navios de passageiros, cuja primeira unidade seria o STATENDAM, atual VASCO DA GAMA da Mystic Ocean Cruises. O MAASDAM fez parte da série, constituída por quatro navios e entrou ao serviço em 1993. 
Em 2022 o MAASDAM, então batizado como AEGEAN MYTH, foi vendido a interesses franceses e modernizado, passando a integrar uma nova empresa, a Compagnie Francaise de Croisières, com o nome RENAISSANCE, homenageando o navio homónimo de 1966 da Paquet, e cores tradicionais francesas (primeira imagem). 
O arranque de uma empresa de cruzeiros com um navio único, de segunda mão é hoje uma aventura difícil, face ao poder hegemónico dos grandes operadores internacionais de cruzeiros e aos custos elevados. O arranque da operação do RENAISSANCE foi difícil levando a uma associação com a companhia britânica Ambassador Cruise Line, o que se traduziu na alteração das cores do RENAISSANCE (segunda fotografia), as duas fotografias foram feitas por mim em Lisboa. Prefiro a primeira. 
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Cacilheiros novos e velhos




















As carreiras fluviais entre Lisboa e a margem Sul do Tejo transportando passageiros e bens diversos são de origem remota no tempo, não fossem os nossos Cacilheiros um dos mais antigos transportes públicos do Mundo.
No século XIX a propulsão à vela deu lugar ao vapor, de forma gradual. Os primeiros anos do século XX trouxeram as primeiras embarcações para viaturas e em 1975, com a constituição da Transtejo, deu-se uma revolução na organização e qualidade do serviço.
Hoje há carreiras desde Lisboa (Cais do Sodré e Terreiro do Paço) com Barreiro, Cacilhas, Montijo, Porto Brandão, Seixal e Trafaria, e a frota acaba de ser modernizada com 10 novas unidades de propulsão elétrica, feitas em Espanha, cuja presença começa a sobressair no Tejo, tal como aconteceu em 1982-84, quando foram introduzidos os 12 cacilheiros das classes CACILHENSE e MONSANTO, de que já só restam poucas mas esforçadas unidades. Na fotografia de abertura, o SINTRENSE cruza-se com o PRÍNCIPE DA BEIRA, anteriormente o MONTES CLAROS, a segunda imagem ilustra o PERNA VERDE. 
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Saturday, November 22, 2025

Navegações do Tejo: a beleza dos navios
















Novembro brinda-nos com dias curtos, o Inverno está quase aí, os paquetes chegam a Lisboa muito cedo e largam já ao anoitecer, diminuindo as oportunidades de fotografias dos navios a navegarem no Tejo. 
Ao entardecer de 20 de novembro, com o sol a ir embora depressa, verificou-se quase em simultâneo o movimento de quatro paquetes, o NORWEGIAN STAR e o SEABOURN ENCORE a saírem, o CELEBRITY EQUINOX e o AZAMARA JOURNEY ambos de entrada. Consegui fotografar todos menos o SEABOURN, e algumas das imagens registadas foram quase uma inauguração das luzes natalícias no nosso belo rio Tejo. 
Seguindo a tendência dos anos  anteriores relativa a novembro, o movimento de navios de passageiros este ano é significativo, com 34 escalas realizadas por 29 navios, todos em cruzeiros.
Deixo aqui uma das fotografias que registei, com o NORWEGIAN STAR em primeiro plano e o CELEBRITY EQUINOX próximo do Padrão dos Descobrimentos. Valeu a constipação que o friozinho me deu, que isto de gostar de navios imensamente tem perigos vários.
Ainda o NORWEGIAN STAR: foi construído em Papenburg, Alemanha, em 2001 e integra uma série de seis gémeos, todos com cerca de 93 000 GT, 294m de comprimento, 32m de boca e capacidade para 2300 passageiros, NORWEGIAN STAR, DAWN, JEWEL, JADE, PEARL e NORWEGIAN GEM, todos com bandeira das Bahamas e os cascos pintalgados de fantasias, que há muito que os paquetes deixaram de se desejar sisudos. Muitos dos passageiros são "hóspedes" pagantes americanos e as rotas querem-se festivas.
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Monday, November 17, 2025

Paquete ANGRA DO HEROÍSMO ex-ISRAEL

A renovação da frota de navios de comércio portugueses, iniciada em 1946 na sequência do Despacho 100, privilegiou a aquisição de navios novos, construídos sob encomenda dos armadores a estaleiros estrangeiros e nacionais. 
Houve algumas, poucas, excepções a esta orientação, caso da compra a Espanha dos navios LAGOA e SETE CIDADES em 1951, mas o ritmo de aquisição de navios novos abrandou significativamente a partir de 1961 por dificuldades de financiamento, assegurado na sua grande maioria com dinheiros do Estado através do Fundo de Renovação da Marinha Mercante e a partir de dada altura prevaleceram outras prioridades, infraestruturas e defesa do Ultramar.
O ano de 1966 foi marcado pelo começo de um novo período de aquisições de navios mercantes pelos principais armadores portugueses, agora concretizadas pela compra de navios em segunda mão, com idades não superiores a dez anos, que se iniciou com a compra à companhia israelita Zim, dos paquetes ZION e ISRAEL, respetivamente pela Sociedade Geral e pela Empresa Insulana. 
Com a entrada ao serviço destes navios, como AMÉLIA DE MELLO e ANGRA DO HEROÍSMO, a frota de navios de passageiros somou 26 unidades, todos construídos de raiz para Portugal, menos estes dois. Eram belos navios de 10.000 TAB e capacidade para 320 passageiros. As duas fotografias mostram o ANGRA DO HEROÍSMO a atracar no porto do Funchal, e o mesmo navio fotografado em Southampton em 1955, como ISRAEL, na viagem de entrega, de Hamburgo para Haifa.
Nos oito anos que se seguiram a 1966 foram adquiridos cerca de 70 navios, quase todos cargueiros, muitos dos quais em segunda mão.
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Sunday, November 16, 2025

RMS ORONTES (1929-1962)

Conseguir apreciar a beleza das diferentes gerações de navios é um privilégio que alimento com o mesmo espírito aberto com que encaro o facto de o tempo arrastar mudanças imparáveis.
Na década de 1920 a companhia de navegação inglesa Orient Line (Grupo P&O) construiu cinco navios de passageiros de 20.000 TAB, cerca de 200 m de comprimento, 20.000 SHP e 20 nós de velocidade para a carreira Inglaterra - Austrália, o último dos quais foi o ORONTES, aqui apresentado num  preto e branco muito belo.
Os paquetes da Orient Line tinham todos nomes começados pela letra "O" - o último seria o ORIANA de 1960 - e esta série não fugiu à regra: ORAMA (1924-1940), ORONSAY (1925-1942), OTRANTO (1925-1957), ORFORD (1928-1940) e ORONTES (1929-1962). Só dois sobreviveram às tragédias da segunda guerra mundial.
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A propósito do paquete UNITED STATES

Os grandes navios de passageiros são "criaturas" extraordinárias sob os mais diversos pontos de vista, desde os tecnológicos aos puramente estéticos. No decorrer do século XX a evolução dos paquetes foi enorme, tendo, depois de 1960, perdido a primazia do transporte de passageiros face à aviação comercial, reinventando-se no desenvolvimento das atividades turísticas, com o crescimento dos cruzeiros.
Um dos grandes paquetes que tive oportunidade de observar em Lisboa foi o UNITED STATES, em 1968, quando visitou o Tejo uma única vez e atracou ao cais da Rocha. Nunca mais voltou, pois em novembro de 1969 foi retirado do serviço ativo, após apenas 17 anos de navegações como navio-almirante da marinha mercante dos Estados Unidos da América.
Os anos seguintes foram passados imobilizado e em fases crescentes de degradação física atracado nas últimas décadas a um cais de Filadélfia. Inúmeras tentativas de recuperação do navio falharam e agora o UNITED STATES vai ser afundado na costa da Florida como recife artificial, num exercício monumental de desperdício patrimonial depois de 56 longos anos de agonia e projetos por concretizar. O seu criador, William Francis Gibbs, considerado um dos mais destacados arquitetos navais do século XX, não deve parar de dar voltas no túmulo. 
Ninguém parece querer saber de navios de passageiros para nada, muito menos conseguir a preservação de alguns. É difícil preservar com dignidade estes gigantes dos mares, contrariam a regra o QUEEN MARY de 1936, em Long Beach, e o ROTTERDAM de 1959 em Roterdão.
O UNITED STATES merecia melhor sorte.
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Wednesday, November 05, 2025

EUROPA entre dois castelos




















No dia 3 de novembro último, o paquete alemão EUROPA voltou a Lisboa e fotografei a chegada no Tejo, tendo registado neste enquadramento o EUROPA entre dois castelos: o catamarã CASTELO, da Transtejo, que fazia a travessia do Cais do Sodré para Cacilhas, e o castelo de São Jorge, a espreitar por entre o arvoredo que o envolve e esconde. 
O paquete foi construído na Finlândia em 1999, o castelo foi erigido em 1940 e o catamarã navega no Tejo desde 1995.
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